Antes de começar o artigo propriamente dito, quero esclarecer que este não é um artigo sobre RPG e Educação.

Eu estava buscando, nos últimos meses, uma forma de mestrar Ravenloft, um de meus cenários favoritos ao lado de Forgotten Realms e Dark Sun (embora eu nunca tenha mestrado ou jogado nada em Dark Sun), mas queria algo um pouco diferente, queria adaptar um sistema ao cenário, mas ele tinha que comportar determinadas criaturas, como elfos, anões, etc.

Conversei com muita gente no twitter, pelo MSN e foi aí que o Leandro Fernandes, do Mundo Tentacular, me apresentou ao sistema Gumshoe e sua linha de produtos. A princípio torci um pouco o nariz, afinal, como eu iria narrar Ravenloft num sistema que não comporta seres como elfos, anões, etc? Foi aí que eu desisti de narrar Ravenloft, mas me encantei com o sistema, que no momento estou lendo e em breve, no próximo Trampolim no Bob’s, espero narrar uma aventura de Trail of Cthulhu, que em breve sairá pela RetroPunk aqui no Brasil.

O sistema Gunshoe é focado em investigações, remetendo aos estilos das séries Arquivo X, Millenium, SCI, dentre outras, abordando temas como os Mythoi de Cthulhu (Trail of Cthulhu), cultos que planejam a destruição do tecido de nossa realidade (Esoterrorists), bem como investigações envolvendo seres com super poderes (Mutant City Blues) – aqui encontrei uma forma de jogar algo no estilo Heroes, que eu também vinha querendo há tempos.

A linha ainda possui dois produtos o Fear Itself e o Unremitting Horror. No primeiro você interpreta uma pessoa comum que se vê confrontando criaturas do Outer Black, uma espécie de reino exterior. O segundo é um “livro de monstros”, com descrições detalhadas de algumas criaturas que os investigadores (de qualquer uma das linhas) pode confrontar.

Bem, mas o que o texto tem a ver com o título? O que esses RPGs ensinam?

A proposta do sistema Gunshoe é bem simples, ser um RPG de investigação, mas todos sabemos que todo RPG tem investigação, ou pelo menos a maioria dos mestres que eu conheço colocam esse como um elemento recorrente em suas aventuras, ou até mesmo colocam a investigação (seja lá do que for), como o elemento principal delas, mas esse sistema inova, pois o desenvolvimento da história, o procurar e encontrar pistas não depende de rolagens de dados, mas simplesmente de você ter ou não a(s) perícia(s) adequada(s), sem precisar rolar dados para encontrá-las. Mas como isso funciona?

Em D&D 4ª Edição, Percepção e Intuição possuem valores passivos explícitos na ficha, as outras perícias não. Durante uma missão investigativa, os personagens que fossem treinados na perícia poderiam usar seus valores passivos para encontrar pistas, podendo ser ajudados ou não pelos personagens que não são treinados. Dessa forma, utilizaríamos um conceito do sistema Gunshoe bem interessante:

Se o personagem tem a perícia, ele encontra a pista, embora a interpretação caiba exclusivamente a ele.

Esse é só um pequeno texto, talvez também desconexo, sobre algo que eu achei interessante num sistema que pretendo mestrar, mas que quero levar alguma experiência positiva para o sistema que mestro atualmente. E vocês, caros leitores, existe algum sistema que vocês tomam idéias para mestrar suas aventuras de D&D?

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.