Eu curto a 4ª Edição e acredito que ela pode propiciar uma experiência Old School a quem joga, principalmente quando se deseja adicionar este gostinho, mas confesso que tenho estado um pouco acomodado com o tom moderno impresso no sistema.

Ontem eu dei uma lida no “A Quick Primer for Old School Gaming“, uma leitura senão obrigatório, pelo menos altamente recomendada para quem quer colocar o gostinho Old School em suas campanhas e fiquei surpreso em como esse tipo de leitura inspira, principalmente a mim e a tantos outros que começaram a jogar nessa época a criar sessões realmente memoráveis.

No artigo “Dando um gostinho Old School à 4ª Edição“, Mike Shea do Sly Flourish apresenta quatro dicas de como transformar a 4ª edição em algo mais escola véia (citando o @tionitro), e isso pode se dar, resumidamente, das seguintes formas:

  • Use enigmas, não desafios;
  • Mais batalhas, menos monstros;
  • Preste atenção aos equipamentos mundanos;
  • Role algumas batalhas sem um mapa de combate.

O Ooze, nesta semana, falou em como encrespar as suas aventuras, citando o também excelente artigo Rugged Adventures, uma galerinha que também gosta da forma Old School de jogar. Neste artigo, eles fazem algumas modificações para transformar os encontros, para isso, modificam a forma como o descanso curto e o descanso prolongado funcionam. Na prática, o descanso curto duraria 6 horas e o descanso prolongado dois dias. Esse sistema privilegia muito a interpretação e faz com que os personagens realmente demorem – em termos de tempo de jogo – a evoluir, o que acabaria com aquelas situações onde o sujeito atingia o nível épico após apenas um mês de aventuras – situação perfeitamente plausível.

Ontem, no artigo Perdendo o controle, escrito também pelo Mike Shea, ele trata de questões relacionadas ao controle do combate pelos personagens e quanto isso é bom e fornece algumas dicas de como fazer com que esse controle no campo de batalha possa não ser contínuo e que de vez em quando os personagens precisam experimentar alguns reveses em suas táticas, isso simplesmente para manter a tensão do jogo.

Como dá pra perceber nestes dois artigos, o Mike Shea é um jogador/mestre Old School e ele sempre apresenta dicas de como transformar a nova edição (que ele diz adorar) numa experiência mais imersiva, que é uma das propostas da escola antiga.

No artigo D&D Hard Mode eu aceitei o desafio de tornar as coisas mais difíceis em D&D 4ª edição, e então a ficha caiu, existe uma forma de tornar o jogo mais difícil do que torná-lo Old School? E para torná-lo Old School, o que modificar no sistema da 4ª Edição?

Minha resposta é: nada no sistema precisa ser modificado, mas o mestre e os jogadores precisam ser reeducados a depender menos do sistema e se valer mais das descrições.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.