Texto original: Kill the Planes: The Abyss
Postado em: 07 de janeiro de 2010
Autor: Mike Mearls
Site: The Keep on the Gaming Lands

Enquanto eu constato que os planos tem uma longa tradição tanto em fantasia quanto em D&D, eu particularmente não gosto deles. A idéia de ir para outros mundos é interessante, mas por que preocupar-se em ambientar estas coisas interessantes em outro lugar? Por que não colocar tudo junto no mundo?

Por exemplo, o Abismo é um lugar assustador. Ele é cheio de demônios e se estende muito além dos reinos planares para quem conhece o lugar. A questão é que ao colocá-lo numa estrutura planar você rouba um pouco de seu valor. Limpe uma parte do seu cenário, faça um grande buraco no mundo e voila, você tem um Abismo.

Isso pode parecer uma péssima idéia, afinal, o que impediria os demônios de infestar o mundo? Quando você pensa sobre isso, você enfrenta as mesmas questões se você deixar o Abismo nos planos. A estrutura de referência muda, mas o conceito básico é o mesmo.

Ao invés disso, o Abismo é um poço bocejante com um quilômetro de largura. Ele vai fundo na terra, mais fundo do que qualquer um tenha ido. Ele corta o Subterrâneo e os demônios emergem de lá e na superfície para matar e pilhar. Um número de antigas fortalezas observam o abismo, mas poucos deles ainda são habitados pelas ordens de paladinos que os construíram. Hoje, muitos estão ocupados por magos renegados, necromantes e demonologistas.

Quando se viaja pelas bordas dos desfiladeiros que circulam o círculo externo do Abismo, é possível ver rochas negras pontiagudas que se erguem do vazio central. Aqui, os senhores demônios batalham por território ao longo da passagem, pontes de pedra e dentro das câmaras que dividem as espirais. Aqui e ali, portais ao longo dos muros do Abismo levam a massivas cavernas arqueadas e transformadas pela influência do Abismo. Estas camadas são moldadas pelos senhores demoníacos que clamam eles e se estendem dos ermos uivantes e gelados até as selvas verdejantes. Sóis em miniaturas pendem de seus céus, criando proto-mundos dentro das paredes de terra.

Felizmente, os mais poderosos demônios precisam da ajuda de conjuradores mortais para deixar o Abismo por qualquer período de tempo. Ele é um local infundido com grande magia e sem ela, eles poderiam morrer como um peixe fora d’água. Lendas falam de um tempo em que um grande cometa vermelho irá se romper e será o arauto do levante dos demônios. De acordo com as lendas, este cometa é a Rainha do Caos, a mãe de todos os demônios banida em eras passadas pelos deuses para os reinos exteriores do céu. Quando ela retornar, ela irá liderar suas crianças em uma guerra infindável para conquistar o mundo.

As terras próximas as fronteiras do Abismo são assoladas por demônios e em sua maioria abandonadas. Cultistas, peregrinos e loucos fazem destas terras as suas moradas, assim como bandos de gnolls que alcançam o tamanho de exércitos. Os gnolls permanecerão para sempre como um espinho ao lado dos reinos e mesmo o mais ardente paladino pensará duas vezes antes de liderar um exército dentro das terras do Abismo para destruí-los.

O Subterrâneo é tão perigoso porque, mesmo em virtude das mais estranhas leis que governam os poderes do Abismo, os demônios mais poderosos podem entrar nele através dos limites mais inferiores. Isso torna a viagem por estes níveis, na melhor das hipóteses, perigoso, garantindo uma fácil ajuda demoníaca aos drows.

Colocar o Abismo no mundo abre várias aventuras em potencial. O que aconteceria se a influência do Abismo começasse a crescer? Quais segredos estão no forte que uma vez o esteve observando? Personagens de baixo nível podem aventurar-se nas fronteiras das terras pervertidas e mesmo nos níveis superiores, enquanto uma jornada para o Subterrâneo pode transformar-se numa incursão ao Abismo num lance errado.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.