Por Gamefiend, Tradução Franciolli Araújo

Artigo originalmente postado no At Will sob o título How to Make a Skill Challenge Fun, Part 1.

Muitas pessoas gostaram dos desafios de perícia que eu tenho postado. As reações têm sido muito positivas, mas sempre ficam algumas perguntas:

Como eu rolo uma dessas coisas?

Esta é uma pergunta que eu não me importo em responder. A maneira como os desafios de perícias são apresentados podem fazer com que pareçam mais um motivo para jogar dados. A Dragon está apresentando alguns artigos sobre o projeto de desafios de perícias e eu quase pensei em escrever uma matéria sobre projeto de desafios de perícias, mas não existe nenhum problema com o projeto dos desafios de perícias.

Como eu rolo uma dessas coisas?

Cara, como você é insistente. Ok. Vamos começar com o fundamental.

Desafios de perícias são interpretações estruturadas

Quando você desenvolve um desafio de perícias, você está criando uma situação de interpretação que irá girar em torno das ações que os jogadores estão tomando através de seus personagens. Por que então, eu ouço você perguntar, eu não apenas represento? Você pode sempre colocar os dados de lado e agir como seus personagens. Isso é sempre uma opção, mas discutir quando um desafio de perícias deve ser usado ou não é um trabalho para os artigos de projeto. Então, continue lendo.

Não é necessário falar que, quando você está em um desafio de perícias, você está explicitamente designando um objetivo – você precisa convencer esta pessoa a fazer uma coisa ou não, você está tentando encontrar alguma coisa, precisa sobrepujar um obstáculo – e você segue em direção a este objetivo por meio da ação dos personagens. Seus jogadores irão interpretar o que eles estão fazendo, jogar os dados, e você como narrador determinará as conseqüências da ação. Você está interpretando rumo a um objetivo discreto, que o diferencia de outras formas mais livres de interpretação que podem serpear ou substituir objetivos repetitivamente.

A vantagem de estruturar a interpretação é que ela ajuda aquelas pessoas que congelam quando tem a oportunidade de realizar uma interpretação livre. “O que você diz ao guarda?” adota conotações diferentes se você quer acertar um tiro nele ou está tentando convencê-lo a deixá-lo entrar no castelo. Alguns jogadores não vêem problemas em falar com o guarda, mas outros jogadores são como atores metódicos – “qual a minha motivação?” Os desafios de perícias lhes dão essa motivação e fazem com que tanto os jogadores introvertidos quanto os extrovertidos contribuam para a interpretação e para a construção do mundo.

Desafios de perícias são sobre ações, não perícias

Eu tenho uma matéria inteira sobre isso, mas precisa ser escrita. A tendência neste artifício é olhar para a ficha e tentar encontrar a perícia correta, então encontrar uma forma da perícia se encaixar na interpretação. Uma vez que os desafios de perícias são uma forma de representação estruturada, o que é mais importante são as ações que os personagens realizam.

Ao invés desta situação:

Personagem: “Eu vou intimidar. Rolei 18.”

Narrador: “O kobold treme de medo. Um sucesso”

Teste esta:

Jogador: Eu seguro o kobold pelos ombros, com as narinas alargadas. “Onde ela está, seu verme imprestável?  ONDE ESTÁ A JÓIA?” Intimidação…rolei 18.

Narrador: “E-E-Eu não posso contar, o mestre, ele… ele me mata se eu contar a você!” O kobold está trêmulo agora. Ele está prestes a desmoronar. Um sucesso.

As ações de seus jogadores fazem toda a diferença entre um desafio de perícias excitante e divertido e um insípido rolar de dados. Reciprocamente, você dá aos seus jogadores cenas com o máximo de ação quando lhes fornece boas reações e respostas às suas ações. Se os personagens não estão oferecendo essas respostas, você pode instigá-los a fazer. Interprete e segure algumas informações para que eles entrem no jogo.

Jogador: Eu vou intimidá-lo. Rolei 18.

Narrador: Ahhhhhhgh! Não! Não me machuque!”

Personagem: “… me diga o que eu quero saber.”

Narrador: “Eu não posso! Meu mestre me materá se eu disser!”

Personagem: “Você não está com o seu mestre agora, está?”

Mestre: “Boa jogada! Um sucesso!”

Na próxima parte desta série, nós discutiremos as regras especiais para ajustar cenas nos desafios de perícias e a arte de ir e voltar.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.