Mais um artigo da comunidade rpgística internacional que curti e trouxe para apreciação dos senhores em nossa língua materna. Essa matéria foi ao ar no dia 3 de julho deste ano, no D20 Source e tem como título original Five Ways To Make Your DM’s Life Easier e foi previamente autorizada pelo autor.

Por Brandan Landgraff, Tradução Franciolli Araújo.

O RPG de mesa é um caso a parte entre seus pares, pois requer a presença de um narrador do jogo, ou em termos de D&D, um mestre. O mestre tanto representa uma qualidade quanto um defeito do D&D: se o seu mestre não estiver satisfeito com o jogo, existe uma grande chance de ele levantar-se e deixar o grupo sem jogo. Essa é uma razão pela qual os jogadores devem manter o seu mestre feliz e contente o tempo todo.

Abaixo são apresentadas cinco dicas para alcançar este objetivo.

1. Fale com o mestre sobre o que você espera do jogo.

Até mesmo os jogadores mais experientes negligenciam este primeiro ponto. Cada jogador tem diferentes gostos e expectativas sobre o jogo e a única forma do mestre saber o que você busca na campanha é dizer-lhe. Se você deseja jogar um jogo com uma grande carga de interpretação, focado no desenvolvimento dos personagens, mas o mestre está rolando uma campanha focada em exploração de masmorras, você não estará feliz e o seu mestre também não ficará feliz quando souber que você não está feliz, especialmente se você nunca mencionou isso antes. Apenas poucos mestres narram no intuito de divertirem-se sozinhos, por isso, a melhor forma de fazer com que ele saiba o que você quer é lhe falar sobre as suas expectativas.

2. Fale com o mestre sobre seu personagem.

Muitos mestres têm alguma idéia do tipo de campanha que vão querer narrar. Pode ser interessante e divertido criar personagens incomuns, mas se eles não se encaixam na campanha que o mestre está escrevendo, isso pode causar alguns problemas imediatos. Criar um bárbaro bullywug cabeça-quente que pensa que a violência é a primeira e a melhor solução para qualquer problema pode adicionar uma dimensão interessante para o jogo, mas se o mestre estiver planejando uma campanha baseada em política e intriga na corte, isso pode ser disruptivo e dependendo de como seja jogado, destrutivo. Isso não quer dizer que essas justaposições não possam funcionar, mas é normalmente mais satisfatório escolher um conceito de personagem que trabalhe melhor dentro do que o mestre pensa para a campanha, ao invés de cruzar os propósitos do mestre e dos jogadores. O bárbaro bullywug pode lhe dar uma idéia para outra campanha, uma que possa aproveitar o forte conceito do personagem melhor.

3. Fale com os outros jogadores sobre o seu personagem.

Embora o mestre possa considerar que o seu personagem esteja ajustado à campanha, é importante certificar-se que seu personagem também se ajustará aos outros personagens. É perfeitamente possível ter personagens que trabalhem individualmente e até mesmo tenham um inimigo em comum, mas que ainda careçam de algum tipo de coesão. Muitos mestres sentem-se frustrados quando uma campanha entra em colapso porque os personagens odeiam os outros personagens e não trabalham juntos, ou sequer nunca tentam – e a sua própria satisfação com o jogo pode aumentar quando você e outros personagens compartilham elementos de um histórico ou elementos que são anteriores até mesmo ao início da campanha.

4. Lembre-se que você não é o único herói.

Em linhas similares ao ponto anterior, é importante lembrar que você não é o único foco do jogo. Você pode divertir-se em esconder-se, enganar e resolver problemas através da furtividade, mas se toda vez que um problema aparecer for você quem resolve, os outros jogadores vão começar a se sentir aborrecidos. Reciprocamente, se toda vez que surgir uma chance para uma ação furtiva o guerreiro sair correndo e gritando como um assassino sanguinário, você começar a sentir que as habilidades do seu personagem estão sendo ignoradas. Idealmente, todo personagem deve dividir o tempo dos holofotes, e todos os estilos de jogo devem ter uma representação uniforme.

5. Seja cooperativo e disposto a se comprometer.

Eis algo que deve estar acima de qualquer uma daquelas coisas que você possa fazer para manter seu mestre feliz e rolando jogos para você. Se o narrador oferecer um gancho na trama, não sai correndo na direção oposta. Se houver um debate sobre a disposição do tesouro, seja voluntário para deixar outra pessoal pegar o tesouro desta vez. Se o narrador lhe disser que o conceito de seu personagem não se encaixa na campanha, não fique chateado – existirão vários outros jogos que poderão aproveitar esse personagem. Se você se esforçar para tornar o jogo mais divertido e cooperativo, pode ter certeza que você será convidado para mais jogos. Isso será ainda mais evidente se outro jogador estiver rolando uma aventura e precisar de um bom jogador! Por outro lado, se você deseja ser o centro das atenções toda sessão, não joga bem com os outros e geralmente cria uma cisão no jogo, você pode se ver sem um jogo para jogar. Finalmente, uma das melhores coisas sobre o RPG é que ele é um jogo cooperativo, ao invés de competitivo, e você nunca precisa divertir-se à custa dos outros; lembre-se disso e o jogo poderá ser muito mais recompensador.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.