Continuando o conto, que na verdade está compondo um novo cenário, temos a segunda parte de Um Novo Mundo. Se quiser conferir a primeira parte, clique aqui.

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Haviam muitas pessoas despertando e eu me aproximei para ajudar. Após perceber que estavam todos bem, homens, mulheres e crianças, ficamos envergonhados por estarmos nus e saímos margeando a floresta que nos cercava em busca de algo que pudéssemos usar para nos descobrir e encontramos uma planta rasteira com folhas grandes com as quais improvisamos coberturas para nosso corpo.

A noite estava fria e conseguimos juntar madeira próximo a uma grande rocha e depois de algum esforço fazer uma fogueira.

Muitos que se sentaram junto a fogueira carregavam em seus olhos dúvidas compartilhadas por todos. Alguns pareciam ainda estar em estado de choque.

Olhei ao redor, contando devagar e prestando atenção para ver se reconhecia algum rosto. Haviam 77 pessoas e nenhum rosto conhecido.

As pessoas perguntavam o que fariam, onde estavam, o que aconteceu e com mais frequencia, onde estavam os outros, seus entes queridos.

Ninguém, porém, tinha respostas para essas perguntas. Um vento frio soprou do mar e todos pareceram sentir uma presença muito forte e todos começaram a chorar. Todos buscando conforto em quem buscava conforto.

Um a um foram se ajeitando e começaram a dormir e assim eu vi todos adormecendo. Dormindo como se a muito tempo não dormian, mas eu não sentia sono, e meu coração acelerou e eu procurei o motivo. Me sentia uma presa observada por um predador.

Uma luz azulada e tênue se aproximava saindo da floresta. A luz contornava silhuetas esguias, vestidas com tecidos quase transparentes. Todos tinham cabelos compridos e dourados e tinham uma tés bronzeada. Caminharam entre os adormecidos, sem emitir um som sequer e chegaram até mim.

– Bem-vindo seja tu e tua família à ilha de Galatas. Meu nome é Izamir e sou o guardião de meu povo nesta ilha. Sua chegada, filhos de Adão, já era esperada.

Sua voz era encantadora e eu não tive forças de fazer mais nada além de ouví-lo. Eu estava confuso com tudo aquilo. Além de muito belos, eles possuíam uma peculiaridade no mínimo estranha, possuíam orelhas pontudas. Eu estaria diante de um elfo?

Izamir ficou em silêncio por um tempo, aguardando que eu conseguisse me pronunciar, enquanto sua comitiva aguardava pacientemente, não deixando transparecer nenhum sinal de aborrecimento por aquele instante, mas maravilhados, como se estivessem diante de uma cena histórica.

– Como viemos parar aqui? E onde exatamente é aqui? Como você fala minha lingua? Por que estamos aqui?

– Venha conosco. Estará seguro entre nós e seu povo ficará em segurança na praia, onde nossos povo olhará por eles.

– Por que eu não estou dormindo como os outros?

– Você provavelmente não tem um sangue tão diluído como os outros. Mas antes que mais perguntas sejam feitas, vamos até Amarand, ele é o mais velho e tem as respostas que você procura.

[Continua]

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.