Saudações amigos.

Hoje darei continuidade a série de artigos sobre compassos narrativos e para fechar temos o compasso narrativo do tipo encadeado.

Neste tipo de compasso narrativo, os personagens começam enfrentando encontros fáceis e vão aumentando a dificuldade gradualmente, dando aos personagens a sensação de que a situação está ficando cada vez piores. Se os personagens não agirem rapidamente, as coisas se tornam tão difícieis que eles dificilmente terão chance de sobrepujar os desafios.

Uma narrativa do tipo encadeado deve ter um nível de desafio inicial baixo, normalmente quatro níveis abaixo que o nível do grupo e um nível de desafio alto, entre três e quatro níveis acima do nível do grupo. Entre o nível mínimo e o máximo, os encontros intermediários devem ser gradualmente mais difíceis que o primeiro encontro. Neste tipo de narrativa, os personagens normalmente devem investigar e parar uma fonte de perigo, antes que os desafios se tornem difíceis demais para o grupo.

Uma variação do compasso encadeado é deixar os níveis de encontros iguais sem dar ao grupo uma chance de descansar e recuperar seus poderes. Embora o desafio permaneça estático, os personagens ficarão mais temerosos a medida que seus recursos se esvaem.

Uma aventura com esse compasso pode ser representada por uma vila que aos poucos se vê vencida por uma praga ou uma força alienígena. Enquanto isso, os personagens tentam desesperadamente descobrir a fonte e pará-la antes de serem consumidos pela praga. Uma alternativa seria os personagens enfrentando mortos-vivos que se levantam de suas tumbas a medida que os personagens progridem em suas missões.

Os compassos narrativos e a narração

Os compassos narrativos são técnicas que se devidamente empregados ajudam e muito no desenvolvimento das aventuras, criando o clima e a atmosfera, mas são particularmente importantes quando desenvolvendo aventuras onde a tensão e o clima de medo devem ser mantidos ao extremo.

Espero que essa série de artigos possa ajudar os narradores a desenvolver melhor a narrativa, criando situações de tensão e medo na aventura, de forma que ela seja uma experiência vívida para os personagens.

Até mais.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.